O projeto em comemoração aos 40 anos do Clube do Choro vai abrir espaço para instrumentistas consagrados, em apresentações às quintas e às sextas-feiras. Mas o show de abertura da série, que prossegue até a primeira quinzena de dezembro, tem como protagonistas os chorões da velha guarda, que contribuíram para a afirmação desse gênero musical em Brasília.
Hoje e amanhã, às 21h, passarão pelo palco do Espaço Cultural do Choro, entre outros, Odette Ernest Dias, Walcir Tavares, Edgardo Cardoso, Antônio Lício, José Américo, Novaçldo da Flauta, Dolores Thomé, Chico de Assis, Beth Ernest Diaa, Jaime Ernest Dias, Augusto Contreras, Pinheirinho, Valdeci e Kunka. Para acompanhá-los há um grupo-base, formado por Fernando César e Henrique Neto (violões), Valerinho Xavier (pandeiro e cavaquinho) e Sérgio Moraes (flauta).
“Quisemos, neste show de abertura, reverenciar os chorões que deram importante contribuição para disseminar e divulgar na capital o gênero que é a gênese da música popular brasileira”, ressalta Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro. “Todos eles são merecedores da nossa admiração, do nosso reconhecimento; e para a satisfação do brasiliense que aprecia música de qualidade, vários deles continuam em plena atividade”, acrescenta.
Flautista que foi professora da UnB e é detentora do título de cidadã honorária de Brasília, Odette retornou ao Rio de Janeiro na década passada. Aos 88 anos, esbanja jovialidade, como professora no Conservatório Brasileiro de Música e no instituto Pró-Arte, além da fazer recitais e participar de rodas de choro. “Me apresentei bastante na antiga sede do Clube do Choro, mas nesta nova é a primeira vez que irei tocar”, revela a musicista. “No show, vou interpretar composições de Pixinguinha, Avena de Castro e Waldir Azevedo”, antecipa Odette.
A também flautista Dolores Tomé, outra das fundadoras co Clube do Choro, retornou recentemente de Portugal, onde fez doutorado em comunicação em universidade da cidade do Porto. Ex-professora da Escola de Música, onde implantou método braile para estudantes com deficiência visual, destaca a importância da Escola Brasileira de Choro, por exportar para o exterior novos talentos. “Na minha participação no show, em que a velha guarda do choro receberá homenagem, aproveitarei para prestar tributo ao meu pai, João Tomé, pioneiro da música em Brasília, de quem interpretarei Marangoni e Arroz doce, acompanhada por minha filha Vera Maria”, adianta.
Pai de Hamilton de Holanda e Fernando César, o veterano violonista José Américo lembra que passou a frequentar o Clube do Choro em 1980, após sugestão do saudoso Evandro Barcellos. “No ano seguinte, levei o Hamilton e o César, que tinham 5 e 10 anos, respectivamente, para tocar lá. Eles viriam formar um duo, que foi batizado pelo Pernambuco do Pandeiro como Dois de Ouro”. Para a apresentação de hoje e amanhã, ele diz que preparou arranjos para choros clássicos compostos por Jacob do Bandolim, como Noites cariocas e Vibrações.
SERVIÇO
40 Anos do Clube do Choro
Show com a velha guarda do choro de Brasília hoje e amanhã, às 21h, no Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães). Ingressos: R$ 40 e R$ 20. Não recomendado para menores de 14 anos